quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Palhaçada no Senado?

É isso mesmo caros leitores. Como foi possível perceber no meu último post, nunca fui muito fã de política e não entendo praticamente nada sobre o assunto. Contudo, sempre acreditei que a tal “política” fosse algo sério, também pudera, é ela que rege o nosso cotidiano. Mas nas últimas semanas venho percebendo coisas bizarras acontecendo com aqueles a quem votamos para nos representar a nível de federação: os senadores. É caros leitores, o Senado ta virado em uma bagunça já há algum tempo com aquela novela “Sarney”. Só que o que me chamou a atenção mesmo é a participação dos senadores no meu programa de TV favorito: o Pânico na TV.

Logo que começaram os inquéritos e polêmicas com Sarney no parlamento, o programa Pânico na TV enviou a “ninja” Sabrina Satto para a casa dos senadores para fazer matérias com aqueles que representam nossos interesses na federação. O resultado foi mesmo hilariante. A japonesa realizou uma votação para escolher o Senador do Mês, o Senador Mais bonito, desvendou o talento de cada Senador e deu até cartão vermelho para alguns, repetindo o episódio envolvendo o, mais sujo que pau de galinheiro, Fernando Collor de Mello e o pai do cantor e apresentador Supla, Eduardo Suplici.

Mas, há que conclusões cheguei? Bom, cheguei a conclusão de resposta afirmativa a pergunta que dá nome a este post: Palhaçadas no Senado? Sim, é só ligar o televisor na RedeTV nos domingos e acompanhar Sabrina Satto no Senado no Pânico na TV.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O que é Política?

Nos meus 20 anos de vida, sempre tentei me responder uma pergunta: o que é Política? Olha, fiz muita pesquisa, ouvi muita teoria e em um momento de lazer descobri o significado do termo. Acompanhe a história:

“Joãozinho chega para o seu pai e diz:
- Papai preciso fazer um trabalho para a escola. Posso te fazer uma pergunta?
- Claro meu filho. – Atendeu prontamente o chefe da família.
- O que é política, pai? – Indagou o pequenino.
- Política, meu filho, envolve povo, governo, o capitalismo, a classe trabalhadora e o futuro do país. – Relatou o pai.
-Não entendi. Dá para explicar melhor? – Interessou-se o menino.
-Bem, vou usar nossa casa como exemplo. Sou eu quem traz dinheiro para casa. Sou o capitalismo. Sua mãe administra, gasta o dinheiro, ela é o governo. Como nós cuidamos das suas necessidades, você é o povo. A nossa empregada, a Zefinha é a classe trabalhadora. E seu irmãozinho é o futuro do país. Entendeu?
- Mais ou menos, pai. Vou pensar. – Disse Joãozinho.
Naquela noite, acordado pelo choro do irmãozinho, Joãozinho foi ver o que havia de errado. Descobriu que o irmãozinho tinha sujado a fralda e estava todo emporcalhado. Foi ao quarto dos pais e a mãe estava num sono muito pesado. Tentou acordá-la, mas o sono era muito profundo. Então foi ao quarto da empregada e viu, pelo buraco da fechadura, o pai na cama com ela. Como os dois nem percebiam as batidas que o menino dava na porta, ele voltou para o quarto e dormiu.
Na manhã seguinte, na hora do café, o garoto falou com o pai:
- Pai! Acho que entendi o que é política!
- Ótimo filho! Então explique. – Interessou-se o coroa.
- Bom pai é assim: enquanto o capitalismo arrocha a classe trabalhadora, o governo dorme profundamente. O povo é totalmente ignorado e o futuro do país fica na merda!”

Entendeu o que política agora?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Maria da Penha ou João da Penha?

Durante meu período de trabalho uma notícia chamou muito a atenção das pessoas na região. O fato, considerado inusitado, se refere a um homem que foi beneficiado pela Lei Maria da Penha. O acontecimento acabou envolvendo o Juiz da Comarca de Tenente Portela, Dr. Alan Peixoto de Oliveira. O jornal Zero Hora fez uma matéria sobre o fato, porém não divulgou o nome do Juiz de Direito que determinou medidas protetivas a um homem.
Vamos entender a história. No dia 16 de julho, o Juiz Alan determinou que o homem mantivesse uma distância mínima de 50 metros da mulher. O Juiz tomou essa medida em função do registro feito pela mulher informando que o ex-marido havia entrado em seu apartamento e provocado danos no local. No dia 17 de julho, o Juiz estendeu a lei também para o homem, pois o mesmo registrou ocorrência na polícia afirmando que a mulher o perturbava seguidamente. Portanto, a Lei Maria da Penha, criada para a proteção de mulheres vítimas de violência doméstica, beneficiou também um homem.
O Juiz Alan Peixoto de Oliveira concedeu entrevista exclusiva ao Departamento de Jornalismo do Sistema Província e confirmou toda a história e ainda justificou a sua decisão. “Acho completamente viável, no Princípio Constitucional da Isonomia, deferir, quando o caso concreto assim reclamar, medidas protetivas em favor do homem” afirmou Dr. Alan. Ele acredita que a Maria da Penha traz um novo tratamento que pode beneficiar até mesmo aqueles que originalmente a lei não pretendia.
Porém, apesar do esclarecimento do Dr. Alan, o Ministério Público não ficou contente com a decisão tomada pelo Juiz. Segundo a Promotora Anamaria Thomaz o objetivo da lei é proteger especificamente a mulher. “O que a gente quer é que a lei seja cumprida. O Ministério Público tem como função primordial ser fiscal da lei” defendeu Anamaria.
O grande temor da promotora Anamaria é de que o caso abra precedentes e que a Lei Maria da Penha seja burlada.
O Juiz Alan disse que o habeas corpus para cassar as medidas protetivas concedidas ao homem tem um tramite de procedimento muito celebre, e portanto, segundo ele “só saberemos se vai haver reforma na medida dentro de alguns dias”. O Juiz disse, por fim, que a decisão de estender a medida protetiva também ao homem, garante a segurança do casal.
O que já se sabe é que o curioso fato teve repercussão nacional e é muito semelhante a um caso que aconteceu em Minas Gerais. Uma coisa que ainda não se sabe é se nos próximos meses será sancionada alguma lei que defenda também os homens de possíveis maus tratos ou desavenças causadas pelas mulheres. Nos resta apenas aguardar.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O Pretto que dita a letra

(Esta reportagem foi publicada no caderno Enfoque do Jornal Diário Serrano que é encartado em toda a região)

Na estância de Cruz Alta nasceu um guri compositor. A vida campeira de piá taludo fez da tradição do Rio Grande um marco em sua existência. João Alberto Pretto “tem a lida dura e a idéia madura” e assim construiu uma baita literatura da vida galponeira, cantada pelos repontes de Norte a Sul deste país.
O Dr. João Alberto Pretto atualmente reside em Tenente Portela. É médico pediatra, casado e pai de dois filhos que também exercem medicina. É letrista de música tradicionalista há 30 anos e já possui mais de 300 canções registradas no ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) que é o órgão responsável pelo monitoramento dos direitos autorais de músicas no Brasil.
Dr. Pretto conta que sua infância foi vivida sobre o lombo de um cavalo, na fazenda de seu pai, na cidade de Cruz Alta. O trabalho por lá era legítimo de um gaúcho dos pampas, pois seu benfeitor era um gaudério nato, que tocava tropa e apreciava o bom chimarrão. Com 15 anos João Alberto Pretto saiu da estância de seu pai para estudar. Quando estava com 20 anos, viu seu velho falecer.
Nessa época Dr. Pretto já mostrava ter o dom de escrever bons poemas que representavam a alma galponeira. Tamanha era a dádiva de Pretto que ele compôs o Hino de Formatura da sua turma de medicina.
O médico pediatra explica que a vivência na fazenda de seu falecido pai, rodeada por manifestações de gauchismo, foi um somatório para suas composições. “Já escrevia quando piá, porém com menos qualidade, e nem sonhava que um dia uma canção minha seria gravada” afirma Pretto.
Manifestações de cultura galponeira Pretto já apresentava desde a infância, contudo até então não teve oportunidades de apresentar sua composição. Até que nos anos 80 surgiram os Festivais Nativistas de Música. Em vários deles suas composições foram descartadas, até que em uma feita destas, uma letra de Pretto interpretada por Valdomiro Maicá classificou-se em um festival. Desbancando até mesmo César Passarinho, a canção “Rio Uruguai” de Pretto e Maicá, foi um dos destaques daquele Festival, e fez parte do disco do evento.
Esse foi o pontapé inicial para as letras do Dr. Pretto virarem sucesso pelos pagos do Rio Grande do Sul. O médico acredita que “o tempo é a escola da vida”, e é graças a ele que sabe o que escreve em suas letras e conhece o sentido dos termos.
Dos festivais Nativistas que participou, Pretto conquistou mais de 50 troféus, das mais variadas premiações existentes. Mas o médico reconhece que os méritos não são apenas seus. Para ele, se os grupos musicais nativistas e fandangueiros não musicassem as letras e não colocassem sentimento quando cantam, suas letras seriam meras poesias de parede. Para tanto, de todos os festivais que participou, Pretto sempre deixou a premiação em dinheiro para o grupo que interpretou sua letra, reconhecendo o papel daqueles que, segundo ele, “são verdadeiros exemplos profissionais da nossa música”.
O médico e compositor Pretto mantém fortes laços de amizade com grandes interpretes e compositores da música gaúcha. Ele lembra um verso da canção Doutrina de Gaúcho para demonstrar o valor que dá as amizades: “Sou como um rio que vai legando mil caminhos, tirando espinhos em cada aperto de mão”. E dentre todos seus amigos e parceiros cabe destacar a amizade com Martin Agnoletto e Pedro Neves, que são co-autores dos seus maiores sucessos: De Chão Batido e Tirando meu Chapéu pra Deus.
A música De Chão Batido é um sucesso nacional e já apresenta 19 regravações, entre elas a do Conjunto Los Celestiales, do Paraguai. A canção foi considerada a música Revelação Galponeira dos últimos 15 anos, sendo a mais rodada nas rádios do Rio Grande. Segundo Dr. Pretto, a música Tirando meu Chapéu pra Deus, está seguindo o mesmo rumo do sucesso De Chão Batido.
A vida de médico pediatra fez com que Pretto passasse a não participar assiduamente de Festivais. Mesmo assim, o galponeiro Dr. Pretto continua trabalhando em novas composições. Ele revela que já possui mais de 100 letras prontas, que futuramente serão enviadas a interpretes da música tradicionalista e fandangueira. Ele diz que “uma letra, independente de sua qualidade, só terá chance de vir a ser um sucesso se tiver uma grande música com a voz ideal ao tema, associada a interpretação, harmonia, vocal e o mais importante: simplicidade”.
No dia 4 de julho de 2009, em Três Passos, o grupo Os Monarcas fez o lançamento de um CD com as composições do Dr. Pretto. Com o título Os Monarcas interpretam João Alberto Pretto, o disco traz 14 faixas compostas pelo letrista, que mostram o verdadeiro talento de um médico preocupado em valorizar a tradição gaúcha.
Mesmo com todo o prestígio no mundo da música fandangueira e todo o talento na composição, Dr. Pretto não é músico renomado. Como ele mesmo define, apenas “arranha” um pouquinho de violão e de acordeom. Mas convenhamos, nem precisa tocar e cantar, se continuar escrevendo em cima “de chão batido”, e se continuar “tirando ‘o’ chapéu pra Deus”, a tradição galponeira da música tradicionalista continuará com a chama resplandecendo nos pagos do Sul e do Brasil.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Enquanto uns sofrem, outros fofocam

O mês de agosto é mesmo o mês do cachorro louco. Perdoem-me as pessoas que aniversariam nesse período atordoado do ano. Eu até achava que agosto é como os outros 11 meses, sem novidade. Porém, no dia 13, uma quinta-feira, um colega de trabalho disse: “hoje é dia 13 de agosto, alguma coisa vai acontecer”. Não é que o cara acertou. Uma casa em construção desabou e matou um operário de 48 anos em Tenente Portela.
Já no dia 23, um jovem de 18 anos, morreu após cair de moto. Pode ser que o mês de agosto não tenha mesmo nada a ver com isto, mas o povão não é fácil não. Para cada acidente as pessoas ficam fofocando pelos cantos, achando causas, culpando outras pessoas entre tantas mais coisas, que essas sim são de “cachorro louco”.
No caso do desabamento da casa, enquanto a esposa e filha do operário choravam a morte do chefe da casa, a população procurava investigar mais que o Departamento de Criminalística. Xi! Eu ouvi muito nas ruas que o engenheiro disse que era para fazer o concreto 10 por 1, quando o correto é no máximo 6 por 1. Também que os pedreiros estavam desviando materiais entre outras bobagens, que a perícia não apontou.
Na morte do garoto no acidente de motocicleta, os fofoqueiros da cidade disseram que a polícia causou a morte do rapaz, porque estavam perseguindo o mesmo. Ah! Sabe o que é o pior: dizem que a família vai processar a polícia. Os fofoqueiros ainda falam que os moradores das redondezas fizeram pouco caso do acidente, porque não acordaram no meio da madrugada para ver o que havia acontecido. Esse foi o estopim. Imagine só: você está dormindo; escuta um barulho qualquer; você levanta para ver o que era ou fica dormindo? Pô, eu não sairia da cama, ainda mais que o barulho nem foi tão alto assim.
Mas o que me instigou a escrever este post é o fato de que enquanto os familiares das vítimas sofrem com a perda dos entes queridos, algumas pessoas ficam fofocando sobre a vida alheia e tentando exercer o trabalho que é da polícia. Além disso, esses fofoqueiros ficam aí dizendo: “Pois é, é o mês do cachorro louco!”. Que sacanagem hem!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Entre as brigas, Pânico agradece

Nos últimos dias acompanhei nos noticiários da Rede Globo e da Rede Record diversas discussões sobre os certos e os errados das esmolas da Igreja Universal do Reino de Deus. Enquanto que a Rede Globo teve a oportunidade de “descer o pau” na emissora que vem crescendo em inovação, a Rede Record, somente rebatia as acusações. Sabe quem saiu ganhando com isso no domingo? A RedeTV. É isso mesmo, a emissora caçula da parabólica, chegou a alcançar o primeiro lugar no IBOP de domingo, no momento em que o Fantástico criticava o Pastor Macedo e a Record, no Domingo Espetacular, rebatia todo o tipo de acusação.
O “azarão” de Globo e Record, foi de que na hora das brigas o programa que estava no ar na “TV das fofocas” era o Pânico na TV. Inclusive o apresentador Emílio Zurita fez um “baita” agradecimento as suas “irmãzinhas”. Zurita agradeceu ao público pela audiência e disse: “É que enquanto as outras brigam, a gente se diverte”.
É completamente cabível as manifestações de repúdio da Globo contra a emissora de Edir Macedo. Também pudera: em 50 anos de televisão a Globo sempre foi a emissora a distribuir pautas. Hoje, porém, a mãezona da televisão brasileira, nos bastidores, está se pautando pela Rede Record, em especial no programa “Hoje em Dia”.
Outra coisa que quero ressaltar aos caros leitores do meu blog é que as brigas entre as emissoras serão freqüentes de agora em diante. Sem a lei de imprensa, cada um pode falar o que quiser e não precisa dar direito de resposta a ninguém. Sabe o que eu vou fazer? Vou assistir o Pânico na TV e me divertir com as brigas da Record X Globo.

Agora é que são elas!

O poder das mulheres no mercado de trabalho

Nos últimos anos os clientes de postos de combustível de Tenente Portela têm arregalado os olhos ao chegar perto das bombas. Mas o fenômeno não é proveniente dos preços exorbitantes dos combustíveis, e sim pelo atendimento que, muitas vezes, é feito por mulheres.
Há muitos anos que o trabalho de frentista de posto de combustível era tachado como trabalho exclusivo do sexo masculino. Mas de uns anos para cá a história anda mudando de personagens. É só sair para abastecer o carro que dá para notar que as mulheres também estão ganhando espaço neste campo de trabalho.
Carla Soares trabalha como frentista há 7 anos. Atualmente ela trabalha tanto no caixa quanto perto das bombas de combustível. Carla conta que começou a trabalhar no posto porque o irmão, que também é frentista no estabelecimento, conseguiu o emprego para ela. Carlinha, como é conhecida pelos colegas de trabalho, disse que não sente nenhum preconceito por parte dos colegas por ser mulher. “O tratamento do meu chefe e dos colegas é como o de uma família”, afirma ela.
Carla não costuma usar maquiagem no trabalho. “Eu acho que não é conveniente e apropriado” disse. Segundo ela, as pessoas não sentem diferença no atendimento prestado por uma mulher, mas disse também que, às vezes, aparece alguém com alguma piadinha. A resposta de Carla para isso: “Eu levo na esportiva”.
Ilário Hanauer é o chefe de Carla. Ele vê com bons olhos o trabalho de sua funcionária. “A mulher é muito mais atenciosa que os homens e ela qualifica mais o atendimento aos clientes” afirma Hanauer. Ele ainda disse que a sua funcionária está mais atenta ao trabalho do que alguns de seus funcionários do sexo masculino.
O empreendimento de Euclides e Marcos Fornari pode ter sido o primeiro posto de combustível de Tenente Portela a empregar uma mulher como fentista. Mas veja bem: pode ter sido. Não existem registros de outros postos que tenham contratado efetivamente uma mulher como frentista há mais de 20 anos atrás. O sócio-proprietário Marcos Fornari disse que há 18 anos atrás efetivaram a contratação de uma mulher como frentista do posto. Para Marcos a contratação de uma mulher foi “uma opção de atendimento para as próprias mulheres”. Além disso, Marcos acredita que as mulheres são mais detalhistas. “O serviço de acabamento feminino é melhor, pois a mulher é mais delicada naquilo que faz” acrescentou Marcos.

Eva de Oliveira é funcionária de Marcos. Ela disse que quando está inspirada usa maquiagem para ir ao trabalho, mas nada que chame muito a atenção. Eva disse ainda que gosta muito do que faz e que não se incomoda com as chacotas de alguns clientes. “É normal alguns fazerem brincadeiras, mas eu fico tranquila, não me estresso”, afirmou a frentista.
Diferente de Eva e Carla, Gil Sala é esposa de um proprietário de posto e gerente do estabelecimento. Ela conta que há 21 anos trabalha na empresa e também exerce funções de frentista quando o movimento aumenta. A gerente Gil afirmou que contrataram mulheres para trabalhar de frentista porque receberam pedidos de clientes. “Foram colocadas mulheres para trabalhar a pedido dos proprietários de veículos, pois a mulher cuida mais dos detalhes, especialmente na limpeza”, afirmou a gerente. Para ela a mulher atrai mais o cliente por ser mais ágil na conversa.
Veronice Schneider de Sousa é funcionária do estabelecimento que Gil gerencia há 1 ano e meio. Nice, como prefere ser chamada, acha muito bom o seu trabalho e não liga se algumas pessoas fazem gracinhas com ela. “Recebo as piadinhas tranquilamente, tenho que entender”, afirmou. Nice ainda disse que os clientes saem satisfeitos com o seu atendimento e, que só às vezes, algumas pessoas não gostam muito. “Dependendo o que é para fazer no carro, algumas pessoas têm preferência de ser atendidas por homens, mas é algo raro” disse a frentista Nice.
O frentista Marcos Becker é colega da Nice. Ele disse que é muito bom trabalhar com uma mulher e que não vê problema nenhum de alguém do sexo feminino trabalhar em um posto de combustível. “Ela desenvolve bem as funções e é bem companheira e amiga no trabalho”, disse ele.
Os clientes também parecem ter aprovado a ideia de que as mulheres podem muito bem trabalhar em atividades que em outras eras eram exclusivamente “coisa de macho”. Cliente de um estabelecimento, Ildo Borges, disse que gosta de deixar seu carro nas mãos de uma mulher para o atendimento. “A mulher é mais cuidadosa com os carros, além de ela ser mais atenciosa com os clientes”, afirmou Ildo.
Claro que nem todos os postos de combustível possuem mulheres em seu quadro de funcionários exercendo a atividade de frentista. Silverte Nilson é sócio-proprietário de um desses estabelecimentos. Mas segundo ele, não é preconceito o motivo de não ter mulheres trabalhando de frentista. “A gente não fica trocando de funcionários a cada pouco tempo, prova disso é que existem alguns funcionários que se aposentarão daqui um tempo, e que trabalharam apenas aqui”, afirmou Silverte. Ele completou dizendo que ainda não apareceram candidatas a frentista de posto para ser contratadas no estabelecimento dele.
Por fim, uma coisa é certa: as mulheres estão ocupando o lugar dos homens em quase todas as atividades. Hoje são mulheres gerentes, mulheres taxistas, mulheres delegadas e mulheres frentistas. É melhor os “marmanjos” se cuidarem, pois o “sexo frágil” dentro de alguns anos pode ser o sexo masculino, pois “agora é que são elas!”.